interação entre pessoas, das tecnologias e das regras legais fazem com que a gestão de compliance eficaz seja indispensável para mitigação dos riscos.
O Compliance operacional é a adoção de políticas e controles internos visando a eficiência operacional conforme os objetivos do negócio e plena aderência às leis, normas regulatórias, contratos e diretrizes internas. Para alcançar esse objetivo é preciso construir uma cultura corporativa orientada para a integridade operacional.
No setor financeiro, por exemplo, os riscos operacionais de compliance estão intimamente ligados aos controles rigorosos que são impostos a cada transação para prevenir fraudes, lavagem de dinheiro ou manipulação de dados, como vem ocorrendo com as regulamentações frequentes do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários, bem como órgão internacionais. Por outro lado, no setor logístico, o compliance exige normas estritas de transporte, armazenamento e rastreamento para mitigar penalidades e preservar a imagem da empresa. O objetivo é reduzir exposição a riscos financeiros e reputacionais.
Segundo a Reuters, em novembro de 2025, o Banco Central anunciou uma nova exigência de capital mínimo para bancos e instituições financeiras, o valor subiu de R$ 5,2 bilhões para R$ 9,1 bilhões.
Por sua vez, a Serasa Experian divulgou que, no 1º semestre de 2025, o Brasil registrou quase 7 milhões de tentativas de fraude, sendo que mais da metade das ações fraudulentas mirou bancos e emissores de cartões, representando um alerta para riscos operacionais e de compliance.
Definição de risco operacional de compliance
Os riscos operacionais de compliance envolvem falhas nos processos internos, erros humanos, disfunções tecnológicas ou ainda fatores externos inesperados. Logo, as vulnerabilidades precisam ser rastreadas cuidadosamente para evitar a exposição.
Principais riscos operacionais de Compliance
Fraudes internas
Colaboradores maliciosos podem desviar recursos, alterar registros financeiros ou dar causa a vazamento de dados sensíveis. Para combater as fraudes internas, os procedimento a serem adotados são auditorias rotineiras, divisões de responsabilidades e transparência.
Fraudes externas
Fornecedores ou parceiros desonestos, não raramente se aproveitam as brechas nos controles internos operacionais para fraudar. Além disso, é comum ataques cibernéticos como Phishing, uso de documentos falsos e pagamentos fraudulentos. Daí a importância de controles integrados de compliance para detectar e tomar as providências para mitigar o risco de tais práticas.
Demandas trabalhistas
As questões trabalhistas como discriminação ou denúncias que podem ser reconhecidas judicialmente como Assédio ou Dano Moral, representam risco de indenização. P ara mitigar esses riscos são necessárias políticas claras de conduta, treinamentos práticos envolvendo as relações de trabalho e canais de denúncia eficazes para reforçar a cultura de integridade e reduzir passivos jurídicos.
Os riscos trabalhistas são um ponto altamente sensível para o Compliance operacional, ou seja, de modo que é fortemente recomendada a implantação de regulamentos internos alinhados à legislação, códigos de ética, treinamentos regulares e canais seguros para denúncias, como o objetivo de manter uma cultura de compliance forte, engajar os colaboradores e zelar por um ambiente de trabalho inclusivo.
Práticas inadequadas com clientes e serviços
As falhas no atendimento, omissão de informações ou promessas descumpridas afetam a confiança do cliente. O compliance operacional eficaz exige padrões de serviço, relatórios de qualidade e relatórios de incidentes para melhorar a satisfação e preservar a reputação.
Danos a ativos físicos
Os acidentes ou eventos climáticos danificam instalações e equipamentos, por isso, dentro das políticas de Compliance operacional há necessidade de orientações sobre manutenção preventiva, planos de contingência e auditorias regulares para evitar interrupções.
Falhas de execução
Quando os processos não são padronizados ou as equipes não são devidamente treinadas há risco maior de desperdícios e atrasos. Para mitigar as falhas de execução, é preciso estruturar fluxos operacionais, treinar os colaboradores e automatizar as verificações.
Atrasos na entrega
Quando os prazos não são cumpridos por planejamento deficiente ou falta de recursos há insatisfação dos clientes e parceiros. O papel do Compliance operacional é orientar o uso de métricas, checkpoints de qualidade e avaliações periódicas visando entregas pontuais.
Por fim, vale ressaltar que é imprescindível que haja monitoramento constante das vulnerabilidades operacionais para identificar padrões que indicam risco. A partir dessa análise, a empresa deve aplicar políticas preventivas, como mapeamento de fluxos operacionais, definição de indicadores-chave de risco (KRIs) e estruturação de controles automatizados ou manuais conforme cada cenário.
Vantagens de adotar o Compliance operacional
A implantação de um programa robusto de Compliance operacional oferece diversas vantagens:
- Aumento da eficiência operacional, com menos falhas nos processos e maior previsibilidade nas rotinas;
- Capacidade de conquistar novos negócios: clientes, investidores e parceiros têm mais confiança em empresas com estrutura de risco bem definida e comprometimento com compliance;
- Melhoria na retenção de talentos, pois colaboradores valorizam ambientes transparentes, éticos e seguros;
- Redução de custos: abordagens preventivas evitam crises, diminuem ações corretivas e liberam recursos para inovação;
- Planejamento estratégico mais realista, embasado em diagnósticos claros de risco operacional, que alimentam decisões mais precisas.
Diante disso, fica evidente que lidar com riscos operacionais de compliance implica construir uma estrutura de conformidade investido em resiliência, eficiência e preservação da reputação.
Conclusão
A correta gestão dos riscos operacionais de Compliance, envolve aspectos chave como organizar os processos internos, definir os controles internos e indicadores e estar atento a questões como idoneidade de fornecedores e o comportamento dos colaboradores nas relações de trabalho. Os grandes desafios do Compliance operacional envolvem mapear os mais diversos processos empresariais, realizar a adequação a uma imensa gama de normas, capacitar colaboradores e, por fim, estabelecer indicadores precisos e confiáveis. Logo, qualquer falha no planejamento pode trazer sérios prejuízos para a organização.
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