Blog Antissuborno

O seu sistema de Gestão Antissuborno nunca ficará completo

Ao implementar o sistema de gestão sempre consideramos a norma e seus requisitos, mas se tem algo que o ciclo PDCA deixa claro quando aplicamos ao Contexto da Organização e que na rotina esquecemos é que, o processo deve ter melhoria contínua, sendo assim, não tem fim.

Recentemente li um livro que o próprio título já diz muito “Tudo é Obvio – Desde que você saiba a resposta”, escrito por Duncan J. Watts, principal pesquisador da Microsoft Research, deixa claro que todos nós acreditamos ter a resposta para tudo, e que se não temos, sabemos encontra-la, mas isso não é tão óbvio quanto parece. Peguei então o estudo feito no livro e coloquei em prática no Sistema de Gestão Antissuborno, entenda como a busca pela resposta correta não é tão simples:

 

Senso Comum

Desde crianças adquirimos conhecimento através do senso comum, afinal, nossos pais ensinam desde cedo que não pode comer bobagens porque fazem mal a saúde. Até então, isso é um fato, porém, a pergunta correta não é “comer bobagens faz mal à saúde?”, mas sim, “por que comer bobagens faz mal à saúde?”. O senso comum faz com que não nos aprofundemos em nossas perguntas e consequentemente em nossas respostas.

O mesmo ocorre no Sistema de Gestão Antissuborno, como por exemplo realizar a análise do Contexto em que a organização se encontra através da percepção dos colaboradores e não estudar a fundo o mercado, o macroambiente.

Realizamos a análise SWOT e colocamos como ameaça a falta de parceiros, no entanto ao realizar uma pesquisa de macroambiente observa que existem 100 possíveis empresas para fechar uma parceria, no entanto, 5 delas representam 80% do mercado, e você já é parceiro de 3 delas. Com esse novo dado, podemos colocar “parceiros” não como ameaça, mas sim como oportunidade de ter a maioria de mercado.

Os números não mentem

Nosso senso e egocentrismo podem interferir em nossa tomada de decisões, naturalmente tendemos a concluir que algumas coisas são óbvias e que todos fariam como nós, no entanto isso é um engano fatal. Por tanto, tenha sempre uma forma captar dados em sua empresa, não digo apenas dados numéricos, podem ser qualitativos também e então converte-los para números.

A análise de risco usa muito esse método, dar um número de 1 à 10 que represente a probabilidade de um determinado evento ocorrer e o impacto da mesma forma. Feito isso, basta multiplicar a probabilidade pelo impacto para calcular o score, quanto maior o score, maior a importância de uma ação de prevenção.

Aqui cito algumas possíveis respostas:

  • Aceitar: Quando não é possível aplicar nenhuma das estratégias abaixo e a empresa resolve correr o risco.
  • Mitigar: Reduzir a probabilidade ou impacto de um risco até um nível aceitável.
  • Transferir: Transferir para um terceiro, tanto os impactos quanto as responsabilidades.
  • Eliminar: Alterar totalmente o plano afim de eliminar esse risco.

Perguntas certas

Por último, se queremos a resposta de algo, precisamos da pergunta correta. Sei que essa frase parece ridícula, mas acredite, é o item mais difícil. Já se encontrou na situação em que a empresa que você trabalha está perdendo muitas vendas e ninguém sabe o porquê, pois bem, falta a pergunta certa. “Por que as vendas caem?” é uma pergunta muito abrangente, concorda? Devemos então desmembra-la ao máximo, como “O preço afetam as vendas?”, “As pessoas gostam da embalagem?”, “As pessoas enxergam meu diferencial?”.

Elabore perguntas sobre seu sistema de gestão que você não saiba respostas, sim, não é uma tarefa fácil, mas é necessária. Essa é sua tarefa diária, contínua, eterna.

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Neifer França

Especialista sistemas de gestão, membro do Comitê de Estudos Especiais de Governança Corporativo ABNT/CEE-309, Auditor Líder em ISO 37001 e ISO 37301, Pós-Graduado em Qualidade, Saúde, Segurança e Gestão Ambiental.

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