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Gestão de riscos e coronavírus

A importância da gestão de riscos na crise sanitária decorrente da pandemia do coronavírus

Risco

De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), no Guia de Orientação para Gerenciamento de Riscos Corporativos, “o termo risco é proveniente da palavra risicu ou riscu, em latim, que significa ousar (to dare, em inglês). Costuma-se entender “risco” como possibilidade de “algo não dar certo”, mas seu conceito atual envolve a quantificação e qualificação da incerteza, tanto no que diz respeito às “perdas” como aos “ganhos”, com relação ao rumo dos acontecimentos planejados, seja por indivíduos, seja por organizações:

“Quando investidores compram ações, cirurgiões realizam operações, engenheiros projetam pontes, empresários abrem seus negócios e políticos concorrem a cargos eletivos, o risco é um parceiro inevitável. Contudo, suas ações revelam que o risco não precisa ser hoje tão temido: administrá-lo tornou-se sinônimo de desafio e oportunidade”. (Bernstein, p., p. VII, 3a edição,1996)”.

Toda atividade possui risco, quer seja pessoal, profissional ou nas organizações e, tendo em vista que podem envolver perdas ou oportunidades, deve ser gerenciado. O risco pode resultar em baixo ou alto nível de perigo, de acordo com as medidas preventivas e de segurança associadas.

 

Gestão de Riscos

Segundo a norma ISO 31000:2018, gestão de riscos “consiste nas atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que se refere a riscos” (requisito 3.2).

Mas como tratar os riscos de uma organização?

De forma bem ampla, a gestão de riscos envolve a identificação de riscos em todas atividades da empresa; análise dos riscos, considerando fatores como probabilidade de eventos e consequências; definição de controles para os riscos identificados; avaliação dos riscos comparando os resultados da análise de riscos com os critérios de riscos para verificar a necessidade de alguma ação adicional, como controles adicionais; tratamento dos riscos, com planejamento, avaliação de eficácia e análise do risco remanescente; monitoramento e análise crítica.

Mais um fator relevante a ser considerar é o conceito de resiliência associado ao risco, uma vez que a resiliência é a capacidade de se adaptar aos infortúnios, adversidades e sobreviver a eles. Dessa forma, diante de um risco a resiliência é necessária para que se posso contornar os riscos e resistir aos contratempos.

 

Coronavírus

A identificação dos riscos não significa que todos os riscos são levantados, mas que o maior número possível de riscos seja detectado. Entretanto, a ocorrência da pandemia decorrente do coronavírus não foi um risco identificado para praticamente todas as organizações, pois não era um risco previsto, mesmo que possa ser considerado um risco de catástrofe, de epidemia ou sanitário, de forma geral.

Ocorre que a partir de agora esse é um risco de deve ser previsto, avaliado e tratado pelas organizações.

Na análise desse risco, ele tanto pode resultar em efeito negativo ou até mesmo positivo. Para a maioria das organizações esse será um risco com muitos efeitos negativos, como redução ou suspensão inicial das atividades, evoluindo para encerramento, suspensão de contratos de trabalho e demissões, déficit na produção com consequente diminuição relevante na receita operacional. Outro resultado que se pode verificar é de mudança nas organizações, como a disseminação de teletrabalhos, o que poderá inclusive, em pós crise, converter-se em uma oportunidade. Por fim, oportunidades também podem ocorrer, como para os produtores de máscaras de proteção respiratória, álcool em gel, luvas, prestadores de serviço de internet, armazenamento de dados em nuvem, por exemplo.

O que se tem de fazer nesse momento é buscar implementar uma gestão de crises, com objetivo de se buscar soluções, tentar aprender e até mesmo tirar proveito dela para a continuidade dos negócios. Importa em desenvolver um plano de contingência, que consiste no planejamento preventivo e alternativo para atuação durante o evento coronavírus que afeta as atividades normais da organização.

Na crise do coronavírus, dentre as ações que podem ser implementadas podemos destacar: observar a segurança dos funcionários, verificando quais os funcionários que se enquadram nos grupos de riscos; determinar as alternativas para teletrabalho; analisar o planejamento de viagens em curto prazo; manter uma comunicação contínua; buscar a continuidade das operações; verificar quais são os fornecedores críticos, e quais estão localizados em áreas de riscos; buscar e cadastrar novos fornecedores; estabelecer um comitê de crise; manter seus clientes informados do andamento das atividades e monitorar a crise.

Ouça agora o Podcast: Gestão de crises

Natascha Cima

Advogada, Engenheira, Especialista em Sistemas de Gestão, membro da Comissão de Compliance da OAB Santos/SP e do Compliance Women Committee, Auditora Líder em ISO 37001 e ISO 19600, Pós-Graduada em Direito Empresarial e MBA em Gestão de Projetos.

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