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Compliance e a gestão de crise

Sei que o assunto pode ser maçante, e que estamos sendo bombardeados com o tema recentemente. Mas devemos nos questionar, qual o papel do compliance na gestão de crise?

Na minha visão, a primeira ação que a área de compliance deve fazer é entender o atual cenário a luz do compliance. Nesse exercício indico a ferramenta SWOT, então será possível avaliar as seguintes situações:

FORÇAS: Nesse quadrante a área de compliance pode avaliar as forças que o compliance possui perante a atual crise, pontuo aqui exemplos como: controles internos robustos, agilidade em processos de due diligence, auditoria interna contínua de processos, etc;

FRAQUEZAS: Você pode avaliar quais fraquezas que o setor possui perante a crise, aqui pode avaliar desde questões de infraestrutura para trabalho home office com acesso a sistemas e arquivos internos da empresa, até mesmo processos morosos para aprovação de parceiros de negócios;

OPORTUNIDADES: Em momentos difíceis talvez seja difícil pensar em oportunidades, porém essas sempre existem. Em compliance podemos avaliar oportunidades como fatores externos a organização e como o compliance pode ser um fator de auxílio nesse momento.

AMEAÇAS: Como o item acima pode ser difícil, em momentos de crise esse pode parecer fácil, porém requer cuidado em seus pontos para atingir as reais ameaças. Uma grande ameaça é o que ocorre normalmente em períodos de crise, como flexibilização ou até mesmo de controles, de políticas e do próprio compliance como um todo.

Um segundo item fundamental é avaliar os RISCOS dos processos específicos impactos pela crise, aqui dou exemplo do processo de Com     pras como um grande risco pois é comum compras emergenciais em momentos como esses, e por serem emergenciais não seguem todo o protocolo e controles internos necessários. Então é o momento de avaliar os riscos de todos os processos da organização para tomadas de ações diferentes das anteriores.

Por último e não menos importante, ressalto a necessidade de fortalecer controles internos da organização com base na avaliação de cenário e riscos realizadas anteriormente. Com certeza vários cenários serão alterados e a necessidade de novos controles será criada, ou até mesmo aperfeiçoamento dos controles existem na organização.

Como citei acima, os riscos da camada operacional serão revisitados e reanalisados para assim permitir a organização um controle geral mais robusto do cenário atual. Esses controles devem estar alinhados e ter a velocidade de implementação necessária para um momento de crise.

Situações como as atuais mostram que o Compliance dentro da organização deve ser vivo e se adaptar as situações que se encontram, em períodos de crise o Compliance não pode ser um impeditivo para ações rápidas e para continuidade de negócios, e sim um grande dashboard com travas específicas para situações irregulares que podem colocar em risco ainda mais a continuidade de negócios da organização.

Afinal toda crise tem seu fim, o que vai definir como a organização vai sair da crise, dentre outras questões, será como sua imagem é preservada nesses momentos. E compliance, no fim do dia, é um grande controle para preservação da imagem das organizações.

Neifer França

Especialista sistemas de gestão, membro do Comitê de Estudos Especiais de Governança Corporativo ABNT/CEE-309, Auditor Líder em ISO 37001 e ISO 37301, Pós-Graduado em Qualidade, Saúde, Segurança e Gestão Ambiental.

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