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Identificação de riscos

Boas práticas para identificação de riscos

Análise de contexto da organização

Antes de adentrar à identificação de riscos de uma organização é importante analisar seu contexto, através das informações do ambiente interno e externo, inclusive utilizando-as para elaborar o planejamento estratégico.

Analisar o contexto interno da organização demanda proceder ao levantamento de dados dos recursos materiais, financeiros, tecnológicos e humanos que estão disponíveis internamente na empresa. Por sua vez, no tocante ao contexto externo, o levantamento é voltado aos fatores político-legais, culturais, sociais, econômicos, tecnológicos, entre outros, fatores que poderão afetar a capacidade da organização de alcançar os resultados pretendidos com as suas atividades.

 

SWOT

 

 

A matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats), também conhecida como FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) é uma ferramenta bastante utilizada para materializar a análise dos fatores internos e externos que afetam diretamente às atividades da empresa, com ela identificamos as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças à organização.

Essa ferramenta é de fácil aplicação, podendo ser feita até de forma intuitiva.

As forças e fraquezas são determinadas através da análise do ambiente interno, já as oportunidades e ameaças mediante o ambiente externo.

As forças são elementos e características que representam uma vantagem sobre a concorrência. Por exemplo, comércio que utiliza, além do mercado físico, o mercado digital para efetuar suas vendas; compromisso robusto da alta direção, implementação de um Sistema de Gestão Antissuborno, buscar a certificação na norma ISO 37001.

As fraquezas são elementos e características que representam uma desvantagem sobre a concorrência. Como, por exemplo, na atualidade restaurantes que ainda não utilizam entregas delivery; ausência de dupla aprovação para pagamentos; não realização de due diligence nas contratações.

No tocante às oportunidades, sempre que um fator externo cria um cenário favorável para a empresa, ele representa uma oportunidade. Exemplo, ser pioneira na certificação de Sistema de Gestão em determinado ramo.

Opostamente, todos os elementos ou conjunturas que criam um ambiente desfavorável para a empresa (e sobre os quais a empresa não tem controle) são ameaças para as suas atividades. Exemplo, alteração constante da legislação em época de pandemia do coronavírus.

Importante considerar que as Forças podem potencializar oportunidades, assim como podem combater ameaças e as Fraquezas podem prejudicar oportunidades e potencializar ameaças.

 

Identificação de Riscos

Após a análise do contexto da organização, considerando a influência dos fatores internos e externos, já se pode buscar a identificação dos riscos voltados às suas atividades, levando-se em consideração que o principal produto da identificação de riscos é uma relação de riscos a mais abrangente possível.

Para o levantamento dos riscos podemos utilizar reuniões, entrevistas, análise de documentos, setores, atividades e processos, bem como consultas nos sites de busca na internet voltadas à imagem da empresa.

Quanto à corrupção e suborno, alguns fatores de riscos podem estar atrelados as práticas de concorrentes para ganhar fatia de mercado ilegalmente, como por exemplo, suborno de agentes públicos para ganhar vantagem comercial; funcionários que atuam com compras poderem receber ofertas de suborno ou propina do fornecedor em troca da concretização de um negócio; caso de superfaturamento, esquema de fraude financeira em que uma empresa recebe preços de faturamento mais altos que o normal, em que haverá o pagamento a uma(s) pessoa(s) que aprovará(ão) as faturas; situações de licitação ou contratações em que vários fornecedores podem se unir e comprometer o processo de licitação concordando sobre quem vai oferecer o preço mais baixo para ganhar o projeto.

Você também pode ser interessar por: Gestão de riscos e coronavírus.

No caso da crise decorrente do coronavírus, podemos trazer alguns exemplos de riscos a serem considerados, como o fechamento do comércio que desencadeia a possibilidade de desemprego, podendo induzir pessoas a cometerem ilícitos em busca da manutenção de seus empregos, falta de produtos de saúde e alimentação que podem ocasionar aumentos abusivos nos preços, dispensas de licitação com possibilidade de superfaturamento de preços e utilização de empresas fantasmas, ameaças decorrentes da instabilidade legislativa trabalhista, em virtude das inúmeras e constantes alterações, trazendo tanto riscos para os empregados como para os contratantes em razão da possibilidade de um aumento sem precedentes de reclamatórias trabalhistas.

Como visto, a atuação voltada aos riscos se faz ainda mais necessária e presente para as organizações na situação atual de nosso país e história sem precedentes.

Fontes:
Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial. Guia de Avaliação de Risco de Corrupção. Disponível em: <http://ibdee.org.br/wp-content/uploads/2016/02/Guia-de-Avaliac%CC%A7a%CC%83o-de-Risco-de-Corrupc%CC%A7a%CC%83o.pdf>

Natascha Cima

Advogada, Engenheira, Especialista em Sistemas de Gestão, membro da Comissão de Compliance da OAB Santos/SP e do Compliance Women Committee, Auditora Líder em ISO 37001 e ISO 19600, Pós-Graduada em Direito Empresarial e MBA em Gestão de Projetos.

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