A sigla ESG significa em inglês, Environmental, Social and Governance (em tradução livre para o português: Meio ambiente, Social e Governança) e está relacionado às práticas empresariais e de investimento que levam em consideração critérios socioambientais para tomar decisões empresariais.
Esta é uma forte tendência que ganhou ainda mais relevância nos últimos anos devido às discussões sobre preservação ambiental em nível mundial. Os critérios de análise vão além das métricas econômico-financeiras tradicionais, o que possibilita uma avaliação das empresas do ponto de vista de responsabilidade social.
Esta sigla, esconde uma revolução na maneira de investir, impactando o mercado financeiro com movimentações expressivas, pois estes critérios permitem que o investidor tenha uma visão mais ampla e de longo prazo, em que diversos aspectos são considerados para a tomada de decisão de alocação de recursos.
Neste cenário, conceitos como o de capitalismo consciente promoveram um engajamento nunca visto antes tanto por parte dos empregados, clientes e investidores, o que obrigou uma mudança de comportamento das organizações.
As organizações, por sua vez, perceberam que a incorporação e disseminação dessas novas perspectivas geravam retornos significativos para o negócio, que muitas vezes se mostraram acima da média de mercado.
Em outras palavras, o lema do ESG é: não basta gerar lucro, uma empresa precisa cumprir seu papel social e ético, considerado as questões que impactam as pessoas, o planeta e o meio ambiente.
O caminho a percorrer é literalmente abraçar a sustentabilidade como fator primordial, analisando de maneira cautelosa como o seu negócio pode atuar neste sentido.
O que fazer para que seu ESG seja bem sucedido?
O primeiro passo é compreender a fundo esta nova tendência o contexto global em que ela se insere, para depois identificar na própria organização quais fatores ESG são relevantes.
A partir daí, é preciso compreender a relevância do conceito para os investidores e seus impactos no mercado acionário, para só depois começar a pensar em divulgar as informações relacionadas à questões ESG, por meio de relatórios de sustentabilidade.
No entanto, esta não é uma tarefa fácil, pois a análise é complexa e envolve inclusive o aspecto regulatório, ou seja, estudo dos acordos dos quais o Brasil faz parte, em matéria de desenvolvimento sustentável, considerando inclusive a gestão dos riscos de mudanças climáticas.
Segundo levantamento feito pela corretora XP Investimentos, atualmente no mundo, mais de US$30 trilhões em ativos são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis.
O levantamento aponta ainda que na Europa são US$14,1 trilhões, equivalente a mais de 50% dos ativos sustentáveis do continente, enquanto nos Estados Unidos esse número já representa aproximadamente 25%.
Analisando estes montantes expressivos, não é difícil entender que o critério de “investimento responsável” tem sido amplamente utilizado pelos grandes players no momento de alocar seus investimentos.
Uma parcela considerável das empresas brasileiras já entendeu que os fatores ESG serão cada vez mais decisivos para os investidores, mas ainda há muito a ser feito. As empresas precisam enxergar o ESG não apenas como uma forma de captar recursos, mas adotar uma postura que busque resultados efetivos.
Infelizmente, está muito presente no país a prática do chamado Greenwashing, este termo é utilizado para identificar empresas que adotam posturas em defesa dos princípios do ESG apenas de fachada, não condizendo com as ações promovidas pela companhia.
Segundo estudo realizado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), grande parte dos gestores consideram o potencial impacto de questões ESG em seu processo de investimento, mas somente 11% conta com uma área específica , 18% possuem funcionários diretamente envolvidos como o tema, e apenas 5% possuem um comitê específico para avaliar investimentos ESG.
Conclusão
No Brasil, a pandemia do Coronavírus motivou grandes empresas a se mobilizarem, criando ações estruturais e solidárias, de modo a contribuir efetivamente para a gestão da crise sanitária.
Este é um excelente exemplo da mentalidade da empresa preocupada com o ESG, ou seja, a empresa que age, que cria mecanismos que viabilizam ações práticas e buscam resultados efetivos nesta seara.
As empresas que não compreenderem e não estiverem alinhadas a este cenário, certamente perderão em competitividade e serão devoradas pelos concorrentes. Além disso, o ESG não é estático, ele está em constante movimento, exigindo das empresas que estejam sempre se reinventando.
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