Gabriela MalufA confiança é, sem dúvida, uma vantagem competitiva, a perda da confiança reduz a capacidade de celebração de novos negócios e gera fuga dos investimentos. É neste cenário que a Governança tem ganhado notoriedade, e sua missão é promover cada vez mais transparência e conformidade. Embora haja muitas leis, elas não são suficientes para adequar as condutas, por esse motivo as certificações antissuborno tem ganhado um espaço cada vez mais relevante nas organizações.
Diante da insuficiência de leis e regulamentos visando coibir atos de corrupção e outros tipos de crimes e fraudes como a lavagem de dinheiro, houve a necessidade de buscar uma alternativa mais efetiva para o problema.
O excesso de atos criminosos e de corrupção pedem medidas que permitam que as empresas possam ter acesso a outras formas de adequação, com o intuito de serem mais competitivas, celebrarem mais negócios, atraírem investimentos e melhorarem sua reputação perante o mercado, ganhando mais credibilidade.
O Índice de Percepção da Corrupção, é o principal indicador de corrupção do mundo, esses dados são divulgados pela Transparência Internacional desde 1995, avaliando180 países e territórios e atribuindo notas em uma escala entre 0 e 100.
Este índice é a referência mais utilizada em nível global, por tomadores de decisão dos setores público e privado, no momento de avaliar riscos e planejar ações. Em 2021, o Brasil se encontra na 94ª posição em, com apenas 38 pontos.
Importância das Certificações Antissuborno
Um modelo que tem se mostrado eficaz e flexível para as empresas são as certificações antissuborno, podendo ser implementado em organizações públicas ou privadas, independentemente do porte ou segmento de atuação.
A ISO 19600 versa sobre Diretrizes Gestão de Compliance, permitindo adoção de uma regra mais técnica neste contexto, e o êxito na sua aplicação deu origem à ISO 37001, a primeira norma técnica certificável.
O Sistema de Gestão Antissuborno, conta com mais de 2.000 empresas certificadas em 63 países considerando dados de 2020, o que representa um crescimento de 120% em relação à 2019. Vale frisar que o Brasil ocupa a 4ª posição, com mais de 90 certificados.
Por sua vez, a ISO 37301 sobre o Sistema de Gestão de Compliance criada em substituição a ISO 19600, permitiu que as organizações tivessem um norte para o a criação do seu escopo de riscos.
Além disso, as normas ISO 37001 e ISO 37301 abrangem aspectos de gestão e processos, sem interferir no modelo organizacional, permitindo flexibilidade na adequação por parte das organizações.
As referidas normas preveem o mapeamento de todos os processos em relação ao escopo dos riscos e obrigações, sendo implantados controles internos.
A efetividade vai além do mero cumprimento dos controles, sendo considerados os seguintes aspectos:
- Estruturação: da avaliação dos riscos até desenho dos controles e políticas;
- Implementação: da adequação dos processos e sistemas até o treinamento;
- Efetividade: o cumprimento de todas as regras e controles definidos versus a contribuição na mitigação dos riscos.
A certificação permite que a organização demonstre de maneira totalmente independente, a conformidade com as normas técnicas, através das certificadoras que avaliam periodicamente essa conformidade.
Conclusão
A adoção da certificação com base em normas como a ISO 37001 e ISO 37301 contribui significativamente à governança das organizações públicas e privadas.
Isso é possível diante da implementação de uma estrutura robusta de controle e gestão, as quais contam com auditorias independentes.
Esse sistema certamente promove maior confiança, garantindo maior competitividade às organizações.
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