Com o crescimento das demandas regulatórias, do foco dos investidores e da análise pública, o ESG começou a assumir um papel estratégico na estrutura de gestão de riscos das empresas.
Hoje em dia, muitas empresas de vários setores entendem que a integração entre sustentabilidade e governança vai além de simplesmente responder a pressões externas; ela se torna fundamental para a resiliência operacional, longevidade e acesso a capital em um cenário de negócios em constante mudança.
Alguns estudos científicos recentes realizados pela Deloitte, demonstram claramente que o mundo não está agindo com a rapidez necessária para se descarbonizar. Isso poque sem mudanças imediatas na maneira como a sociedade vive e realiza negócios, o mundo caminha para um colapso climático que já está acontecendo provocando efeitos ainda mais devastadores em todas as regiões do planeta.
A comunidade empresarial está ciente da crise e começou a avançar de forma e intensificar os esforços para compreender as expectativas dos órgãos reguladores e dos estudiosos sobre o tema das mudanças climáticas, além de coletar informações para avaliar seu impacto na sociedade e se comunicar com as partes interessadas por meio deum diálogo transparente e direto. Vale destacar que a comunidade empresarial também está adotando uma visão mais abrangente de sustentabilidade, que considera como as ações atuais podem afetar as pessoas, o planeta e a prosperidade futura, como uma estratégia para a resiliência dos negócios e o sucesso perene.
Diante deste cenário, os profissionais e empresários precisam estar atualizados sobre o tema envolvendo a gestão de riscos ESG.
O que é gestão de riscos ESG?
A gestão de riscos ESG envolve a identificação, monitoramento e mitigação dos riscos ligados a fatores ambientais, sociais e de governança (ESG), que afetam direta ou indiretamente o desempenho e a sustentabilidade de uma organização, e, portanto, orienta a tomada de decisões empresariais, alinhando a empresa às práticas sustentáveis demandadas pelo mercado e resguardando a organização de possíveis efeitos negativos, como prejuízos financeiros, danos à imagem e penalidades regulatórias.
Como identificar os riscos ESG?
Identificação dos riscos ambientais, sociais e de governança
O primeiro passo envolve a identificação e compreensão dos riscos ligados às três dimensões do ESG.
No âmbito ambiental, as empresas analisam riscos como alterações climáticas, falta de recursos naturais, contaminação e deterioração do meio ambiente. É importante destacar que todos os fatores não raramente ocasionam custos operacionais, interrupções na produção e limitações regulatórias.
No âmbito social, tornam-se importantes questões ligadas às condições laborais, Direitos Humanos, diversidade, equidade e inclusão, bem como a interação com comunidades e outras partes interessadas. A má gestão dessas questões pode resultar em perda de confiança e prejuízos à reputação institucional.
No que diz respeito à governança, riscos como corrupção, práticas contábeis inadequadas, falhas de compliance e ausência de transparência afetam a integridade e a confiabilidade da instituição.
Como mitigar os riscos ESG?
Depois de mapear os riscos, cada um deles é avaliado de acordo com a probabilidade de acontecer e o impacto que pode ter na empresa, com o objetivo diminuir as vulnerabilidades, prever situações de risco e fortalecer uma cultura organizacional focada na sustentabilidade e na ética nos negócios.
Segundo a KPMG, as práticas ESG passaram a ser um ponto central para investidores, reguladores, consumidores e demais partes interessadas. Nesse contexto, é essencial abordar a relevância da Gestão de Riscos Corporativos (ERM, do inglês Enterprise Risk Management) na solução desses problemas.
A combinação da Gestão de Riscos Corporativos (ERM) com ESG deixou de ser vista como uma característica “oportuna” pelas organizações; agora é essencial para o desenvolvimento dos programas de ESG em diversas áreas.
A ERM visa que os riscos ESG estejam em consonância com a estratégia global da organização. Isso possibilita que as empresas integrem aspectos ESG em seu planejamento estratégico. Tenha em mente que ESG é uma estratégia de longo prazo.
A identificação de oportunidades ligadas ao ESG, é outro ponto importante, isso engloba aprimoramentos na imagem da empresa, envolvimento dos colaboradores, diminuição dos custos energéticos e redução dos custos de capital.
Em outras palavras, a combinação de ERM e ESG é fundamental para o sucesso duradouro das empresas. Com as normas de ESG em constante desenvolvimento e a pressão crescente dos interessados as empresas terão que se preocupar cada vez mais com o tema e contar com mão de obra especializada para atender as demandas do mercado.
Na prática, as empresas estão investindo em políticas internas voltadas para a gestão dos riscos ESG e reforçando os mecanismos de controle, adotando tecnologias sustentáveis e implementando práticas de governança corporativa mais transparentes, dentre muitas outras ações.
Conclusão
Adotar os critérios ESG na gestão de riscos não se limita apenas a prevenir resultados prejudiciais, também envolve a exploração de oportunidades para criar valor e fomentar a inovação. É preciso promover a adoção de padrões e indicadores de sustentabilidade junto a entidades financiadoras e investidores nacionais e internacionais para reduzir riscos e efeitos negativos e fomentar a comunicação entre os atores envolvidos, como empresas, governos e sociedade, a fim de disseminar as vantagens desses conceitos e coordenar as iniciativas na busca por ações mais sustentáveis e resilientes, como forma de elevar o grau de maturidade da gestão de riscos ESG.
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