O objetivo em comum a todas as Startups é alcançar um crescimento sustentável e estruturado, e, para isso, a aplicação dos conceitos de governança corporativa é essencial.
Aplicar os princípios de governança aumenta as chances de desenvolvimento de um negócio sólido, privilegiando a perenidade e reduzindo os riscos.
Isso porque, embora as Startups em regra tenham uma estrutura de governança mais flexível, ainda é importante seguir as leis e regulamentos aplicáveis, bem como manter altos padrões éticos visando construir confiança com os investidores e stakeholders desde o início das operações.
Para alcançar esse objetivo, algumas práticas são fortemente recomendadas.
Criação de um Conselho de Administração
Criar um conselho de administração sólido é, sem dúvida, uma das melhores práticas de governança para Startups, pois contribui para a perenidade do negócio.
O conselho deve ser composto por indivíduos com experiência relevante no setor, habilidades complementares e conhecimento do mercado.
Esses profissionais devem ser escolhidos a dedo e estar aptos a fornecer orientações estratégicas, supervisionar as operações da empresa e tomar decisões importantes em nome dos acionistas.
Além disso, é importante garantir uma combinação adequada de membros fundadores, investidores e especialistas externos para trazer uma variedade de perspectivas ao conselho.
Transparência
A transparência é essencial para a governança corporativa das Startups. Os fundadores devem fornecer informações claras e precisas sobre o progresso, desafios e resultados da empresa, como por exemplo, a divulgação regular de informações financeiras e operacionais para os investidores e outras partes interessadas.
É preciso estabelecer os valores e princípios de ética e transparência aos quais a organização estará baseada, especialmente no tocante ao relacionamento e tratamento de colaboradores.
A transparência é relevante em todas as operações, não apenas as inerentes ao negócio em si, como investimentos, repasses e outras informações financeiras, mas em outros aspectos, como a contratação de colaboradores, por exemplo.
Desta forma, é fortemente recomendada a adoção de processos seletivos transparentes e meritocráticos que estimulem a diversidade e ofereça oportunidades para todos.
Vale frisar que a credibilidade deve ser construída desde o início, pois certamente facilitará a captação de investimentos, a contratação de talentos e a formação de uma imagem e reputação favoráveis.
Comunicação eficaz
A comunicação aberta e eficaz com sócios, colaboradores e stakeholders é fundamental para manter todos alinhados com os objetivos e direção da Startup.
Por esse motivo, é de extrema relevância a definição das regras de quórum para tomada de decisões estratégicas, definindo inclusive quais decisões poderão ser tomadas por maioria simples ou maioria absoluta.
Além disso, é preciso criar regras claras a respeito da forma de saída de sócios, sobretudo as regras de Vesting e como funcionará a participação do sócio ou colaborador, estabelecendo um prazo mínimo de permanecia para que a continuidade da Startup não seja comprometida.
É preciso definir ainda com clareza o tipo de informações que deverão ser repassadas aos stakeholders, a periodicidade e quem será o responsável pelo reporte.
Gestão de riscos
As Startups devem adotar práticas adequadas de gestão de riscos, identificando e gerenciando os risos inerentes à atividade desenvolvida.
Em outras palavras, é de suma importância identificar e gerenciar os riscos específicos das Startups, como a falta de capital, a dependência de um único produto ou cliente e a rápida evolução do mercado.
A governança corporativa precisa incluir a avaliação e mitigação desses riscos, bem como a implementação de medidas de controle adequadas para garantir a sustentabilidade e o crescimento da Startup.
Outro ponto relevante em relação aos riscos, a título de exemplo, é tomar medidas iniciais de proteção da propriedade intelectual e outros ativos intangíveis, antes mesmo do início das operações.
Conformidade
É fundamental que a Startup esteja atenta à conformidade, e tome medidas para garantir que estejam operando de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis ao segmento em que atuam.
Desta forma, desde o início das operações é recomendada a instituição de um Programa de Compliance, com a implementação de políticas e controles internos, código de conduta e um canal de denúncias, como forma de proteger dados e estar em conformidade sobretudo em questões sensíveis como LGPD, regras trabalhistas e tributárias.
Quando a Startup adota essas práticas as chances de se tornar uma empresa próspera e perene são maximizadas e os riscos são minimizados, demonstrando para o mercado e stakeholders o seu compromisso de crescer de forma sustentável e dentro dos parâmetros legais de conformidade.
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