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Qual a diferença entre Compliance e Gestão de Riscos?

Qual a diferença entre Compliance e Gestão de Riscos?

A gestão de riscos e Compliance caminham juntos, mas não são a mesma coisa. A distinção fica clara quando observamos o objetivo, o escopo e a atuação prática de cada um dentro da empresa.

A gestão de riscos é o sistema que identifica, analisa e trata eventos que podem afetar operações, finanças, processos, reputação, segurança ou continuidade do negócio. A lógica é antecipar cenários, avaliar impactos e direcionar respostas. Vale frisar que o processo funciona de forma ampla, integrada às áreas estratégicas, e abrange desde riscos operacionais e financeiros até riscos ambientais, tecnológicos e de terceiros.

Por outro lado, o Compliance foca na aderência às normas, ou seja, leis, regulamentos, políticas internas e contratos, códigos de condita, dentre outros. O seu papel é atuar na prevenção de infrações, organização de controles, estruturação de políticas, investigação de desvios e construção de um ambiente ético mantendo o foco no tanto nos processos internos quanto no comportamento dos colaboradores.

Logo, a gestão de riscos amplia o olhar para tudo o que pode afetar o negócio e o compliance estabelece como a empresa deve se posicionar para permanecer alinhada às exigências legais e normativas. Ambos se conectam porque o Compliance é parte da matriz de riscos e contém os instrumentos que sustentam a conformidade dentro desse aspecto mais abrangente que é a gestão.

A Controladoria‑Geral da União (CGU) atingiu uma marca inédita de operações contra corrupção em 2025. O órgão divulgou que realizou mais de 40 operações de combate a fraudes e corrupção, com prejuízos apurados aos criminosos superiores a R$ 6 bilhões. A iniciativa enfatiza a importância de Compliance robusto nas empresas e a relevância da detecção de desvios éticos como componente essencial da gestão de riscos.

Além disso, recentemente, a Reuters divulgou que o Banco Central do Brasil (BC) determinou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão decorreu de graves violações a regras do sistema financeiro, tal fato representa um alerta sobre como as falhas nos controles regulatórios e compliance trazem consequências drásticas.

 

O que são gestão de riscos e compliance?

A gestão de riscos identifica e mensura eventos capazes de gerar incerteza ou impacto sobre processos, resultados e continuidade do negócio, ou seja, atua de forma preditiva, mapeia cenários, avalia probabilidades e define respostas antes que o efeito se materialize.

O Compliance se ocupa da aderência a normas externas e internas, traduzindo obrigações legais, códigos de conduta e políticas corporativas em procedimentos operacionais. Aqui o foco é estabelecer limites de atuação e mecanismos para detectar e corrigir desvios éticos ou regulatórios.

A distinção mais prática entre as áreas está no objetivo e na forma da atuação. A gestão de riscos visa antecipar e reduzir a exposição a eventos incertos, usando modelos, indicadores e planos de tratamento. O Compliance determina como a empresa deve operar para respeitar regras e padrões, estruturando controles, treinamentos e investigações quando necessário. Em outras palavras, uma projeta os cenários e a outra define as regras que orientam as decisões empresariais.

 

Qual a relação entre Gestão de Riscos e Compliance?

Apesar das diferenças, os resultados devem ser convergentes, ou seja, ambos reduzem perdas, protegem ativos e sustentam confiança de stakeholders. A gestão de riscos alimenta o Compliance com prioridades técnicas e avaliações de impacto, e o Compliance fornece critérios e controles que tornam a gestão de riscos mais executável. Com isso a organização tem uma visão sistêmica do negócio e melhora a qualidade das decisões, o que também eleva a maturidade dos processos de governança.

 

Impacto prático no dia a dia das empresas

Na prática, uma matriz de riscos bem desenhada orienta alocação de recursos e investimentos em controles. Por outros lados, o programa de Compliance padroniza condutas e agiliza as respostas aos incidentes. Juntas, as áreas reduzem a probabilidade de multas, perdas operacionais e crises reputacionais, além aumentar a credibilidade nas análises de M&A, auditorias e Due Diligences.

 

Maturidade do Compliance e Gestão de Riscos no Brasil

O percurso de maturidade que observamos começou pela consolidação de governança e políticas internas, passou por um aprofundamento no combate a irregularidades e hoje incorpora demandas socioambientais e riscos emergentes. A terceira fase exige que compliance e gestão de riscos considerem fatores como mudanças regulatórias, impactos climáticos e complexidade das cadeias de fornecedores.

 

Conclusão

A gestão de riscos e Compliance têm finalidades distintas, mas resultados complementares. Ambos fazem parte de um mesmo sistema que visa proteção, transparência e eficiência. Cada um entrega um tipo de visão que, somada, sustenta decisões mais precisas e reduz a exposição da empresa a contingências legais, operacionais e reputacionais. A sinergia entre gestão de riscos e compliance fortalece os processos internos, melhora a qualidade das informações e cria uma base consistente para manter relações institucionais mais promissoras.

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Gabriela Maluf

Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs. Atualmente ajuda empreendedores e profissionais liberais a crescerem digitalmente por meio de estratégias de Marketing de Conteúdo.

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