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A questão da Diversidade e o papel do Compliance antidiscriminatório

O artigo trata do papel do time de Compliance na adoção de práticas de promoção da diversidade e inclusão nas empresas, como parte do programa de integridade. Parece incrível que em 2020 ainda é tão necessário “bater na tecla” da promoção diversidade e inclusão nas empresas.

Individualidade e Diversidade

Todos os seres humanos são diversos, isso decorre de um conceito ainda mais basilar: o da individualidade.

Nos acostumamos a não respeitar a individualidade alheia e ao fato de que a nossa também não é respeitada, sobretudo no ambiente corporativo.

Uns gostam de bebida alcóolica outros preferem vitamina de frutas, uns preferem home office outros preferem ir à empresa todos os dias, uns produzem melhor de manhã cedo outros a noite, e por aí vai, e nenhum deles está certo ou errado.

E porque não citar os multipotenciais, que são seres humanos dotados de múltiplas habilidades e que gostam de se dedicar a diversas atividades, mas que durante grande parte da vida ouviram que era obrigatório se especializar em algo.

Há pessoas que querem se especializar, já outras preferem desenvolver várias atividades e habilidades, e tudo bem, pois ambas as opções são possíveis.

A individualidade é “prima” da diversidade e ambas são inimigas do preconceito e da massificação. Estes, por sua vez, são nocivos a criatividade e realização pessoal.

Talvez essa seja uma das raízes da insatisfação no trabalho, a necessidade imperiosa de adequação de personalidade ou da aparência o tempo todo, muitas vezes tendo que renunciar à sua essência.

As novas gerações demonstram cada vez menos tolerância a este paradigma que há décadas vem sendo aceito passiva e silenciosamente no mundo do trabalho.

Talvez quando realmente aceitarmos a individualidade das pessoas, seja mais fácil entender o real significado de diversidade e da sua necessidade no ambiente corporativo, além das comissões compostas por homens brancos e dos discursos em eventos.

O que se verifica em muitos casos é a prática do chamado Tokenismo, que nada mais é que a falsa inclusão racial, apenas com finalidade de marketing, causando apenas uma impressão de inclusão social e diversidade.

Em outras palavras Tokenismo é um esforço superficial para ser inclusivo, recrutando pessoas que representam minorias ou que são alvo de discriminação, para dar a aparência de igualdade.

A Diversidade como vantagem competitiva

Já temos normas internacionais, como a Declaração de Direitos Humanos, regras infraconstitucionais como as de cotas para proteção contra práticas discriminatórias e promoção da inclusão.

Temos ainda pesquisas que demonstram que a diversidade constitui diferencial de competitividade como a pesquisa realizada pela Harvard Business Review com empresas americanas, publicada na revista Isto é Dinheiro.

A pesquisa constatou que políticas de diversidade, racial ou de gênero, tornam as companhias mais competitivas, inovadoras e tecnológicas.

Segundo a análise, empresas que trabalham com políticas de diversidade têm 45% de chances a mais de aumentar a participação de mercado durante o ano.

No entanto, as empresas são feitas de seres humanos e enquanto este conceito não estiver realmente internalizado, a luta pela diversidade e inclusão será necessária.

O papel do Compliance na diversidade e inclusão

A equipe de Compliance pode contribuir de maneira valiosa para a promoção da diversidade nas empresas com a criação de programas bem estruturados e eficazes, por meio do chamado Compliance antidiscriminatório.

A promoção da diversidade está intimamente ligada a integridade e reputação da empresa, pois não são raros os casos em que condutas discriminatórias por parte de executivos, mancham a imagem corporativa.

Este é mais um relevante papel do time de Compliance, promover políticas em prol da diversidade e inclusão, buscando que o tema seja amplamente debatido, como parte da promoção da ética corporativa.

Neste cenário, além de conduzir a investigação de práticas discriminatórias veiculadas por meio do canal de denúncia, a atuação preventiva é de extrema importância, abrangendo todos os colaboradores, sobretudo os Recursos Humanos e os C-level.

A empresa que investir em diversidade e estiver realmente aberta a inclusão, além de ganhar em competitividade ganhará também em produtividade e em melhoria da imagem corporativa.

Gabriela Maluf

Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs. Atualmente ajuda empreendedores e profissionais liberais a crescerem digitalmente por meio de estratégias de Marketing de Conteúdo.

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