Gabriela MalufA geração de dados e o avanço tecnológico estão redefinindo setores inteiros. Esse cenário traz consigo desafios e oportunidades para o Compliance Financeiro. Tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial (IA), Big Data e Aprendizado de Máquina, estão moldando a maneira como operamos, e é essencial discutir esse impacto.
Segundo estudo realizado em 2022 pela Consultoria Daryus e divulgado pela Febraban, cerca de 80% das empresas no Brasil ainda não estavam preparadas adequadamente para a LGPD, sendo que apenas 20% estavam totalmente adequadas.
Diante deste cenário em constante evolução, a proteção e conformidade de dados são prioridades essenciais, por esse motivo, exploraremos como essas tecnologias influenciarão o futuro do Compliance Financeiro, buscando eficiência, segurança e conformidade regulatória.
Compliance Financeiro 2024
O Compliance Financeiro em 2023 foi marcado por avanços, é possível notar a ampliação da visão de risco integrado e a implementação mais abrangente da gestão integrada de riscos.
Estar em conformidade não se trata apenas de seguir um conjunto estático de regras, pois a conformidade é dinâmica e requer uma compreensão profunda do contexto de cada organização e suas interações com colaboradores, parceiros e sociedade em geral.
A valorização de padrões para uma gestão financeira sólida é evidente nos requisitos de capital mais rigorosos impostos às instituições financeiras. Essas normas, estabelecidas por órgãos reguladores, visam proteger o sistema financeiro e os investidores, garantindo uma base de capital robusta para cobrir perdas potenciais.
As instituições financeiras são as que mais enfrentam dificuldades em manter a área de Compliance funcionando adequadamente. A necessidade de integrar sinergias entre áreas de prevenção a riscos, como fraudes, e adaptação às medidas de privacidade e proteção de dados, são questões cruciais.
O Brasil está adotando medidas mais rigorosas contra o financiamento do terrorismo, alinhando-se a padrões internacionais, e enfrenta desafios significativos devido à crescente conscientização sobre privacidade e proteção de dados.
A evolução tecnológica, envolvendo blockchains, criptoeconomia, tokenização são um gargalo para a escalabilidade dos negócios e para a segurança da informação. Nesse sentido, a segurança da informação é uma prioridade, garantindo imutabilidade e descentralização para proteger contra alterações não autorizadas.
A interação entre moeda soberana e blockchain está em constante evolução, com a tokenização de ativos reais facilitando a divisibilidade e a negociação desses ativos no ambiente digital.
Quais são as tendências de Compliance Financeiro para 2024?
Para 2024, várias tendências estão moldando o campo do Compliance Financeiro:
- Integração eficaz entre áreas de prevenção a riscos: A prioridade será criar estratégias abrangentes que abordem fraudes, lavagem de dinheiro e riscos cibernéticos de maneira unificada. A colaboração entre diferentes áreas será fundamental para uma abordagem integrada e eficaz de compliance;
- Aperfeiçoamento das medidas contra o financiamento do terrorismo: Com a prévia avaliação do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), espera-se um aprimoramento das medidas no Brasil, incluindo ajustes regulatórios e conformidade internacional;
- Intensificação das medidas de privacidade e proteção de dados: Com a crescente conscientização sobre privacidade e proteção de dados, as organizações precisarão estar alinhadas com as regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), para garantir a segurança das informações;
- Evolução tecnológica e seu impacto: Tecnologias como a criptoeconomia e a tokenização de ativos continuarão a transformar o cenário financeiro global. A segurança da informação será uma prioridade, garantindo a proteção contra alterações não autorizadas e promovendo a transparência e privacidade;
- Moeda soberana e “tokenização” de ativos: A interação entre moeda soberana e blockchain estará em constante evolução, com as Central Bank Digital Currencies (CBDCs) sendo exploradas como uma extensão digital da moeda soberana tradicional. A tokenização de ativos reais facilitará a divisibilidade e negociação desses ativos no ambiente digital.
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Conclusão
Diante dessas mudanças, as empresas precisam se manter à frente no mercado e a melhor forma de fazer isso é adaptar-se às tecnologias e promover a interdependência entre suas funções e outras partes interessadas do negócio. Isso será fundamental para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades desse novo cenário.
